"cigana"

A morte de Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, que fazia parte de uma comunidade cigana na cidade de Guaratinga, no extremo sul da Bahia, completa um ano no sábado (6), com uma reviravolta nas investigações. O marido da vítima, um adolescente de 16 anos, foi indiciado pelo ato infracional análogo ao crime de feminicídio, após ter o perfil genético identificado na arma do crime pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). Como resultado da apuração da Polícia Civil, há um mandado de busca e apreensão e internação contra o adolescente em aberto. No entanto, ele ainda não foi localizado. Em agosto de 2023, cerca de um mês após a morte de Hyara, a Polícia Civil da Bahia concluiu o inquérito do caso. Na época, a investigação apontou que o disparo à queima-roupa foi efetuado de forma acidental pelo cunhado da adolescente, uma criança de 9 anos. Essa versão havia sido apontada pelos familiares do marido de Hyara. No entanto, a família da vítima contestou e sustentou que a garota foi morta por vingança, já que um tio dela teria um relacionamento extraconjugal com a sogra da adolescente. Os familiares da vítima chegaram a contratar um perito, que emitiu um parecer que contestava a versão apresentada pela Polícia Civil da Bahia. Na época, o g1 teve acesso ao documento com exclusividade. O perito esteve no local do crime, acessou o inquérito policial e concluiu que uma pistola calibre 380 não poderia ter sido disparada por uma criança de 9 anos. O marido de Hyara chegou a ser apreendido pela suspeita de ter atirado contra ela, mas foi liberado após a conclusão do inquérito. Em março deste ano, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu para que laudos referentes a perícias complementares realizadas pelo DPT, sobre o inquérito policial, fossem analisados. Na oportunidade, a Polícia Civil informou que tinha atendido ao pedido, e solicitado à Justiça uma medida cautelar de internação para o marido de Hyara Flor, em uma unidade socioeducativa. Os investigadores consideraram que a medida era necessária para a conclusão da nova apuração e garantiria a integridade física do adolescente.

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O novo laudo pericial da polícia civil contesta o resultado inicial da investigação sobre o assassinato da cigana Hyara Flor, em Guaratinga, no extremo sul da Bahia, em julho deste ano. O cunhado da vítima, Jesus Davi, de 9 anos, foi inicialmente apontado como o autor dos disparos, mas o novo laudo não encontrou material genético da criança na arma do crime. O Ministério Público da Bahia solicitou novas perícias técnicas após apelo da família da vítima. O material genético encontrado na arma não foi considerado compatível com nenhum dos quatro indivíduos analisados, incluindo Jesus Davi. No entanto, a análise indicou que o material pertence a um parente de Jesus Davi com a mesma linhagem paterna. Esse achado levantou a possibilidade de envolvimento no crime do marido de Hyara Flor, identificado como Amadeus Alves, que foi descartado como suspeito no início da investigação. O primeiro laudo da polícia indicou que o tiro foi efetuado de baixo para cima, sugerindo que alguém mais baixo que a vítima deveria ter feito o disparo. No entanto, o novo laudo negou essa versão por meio de uma análise chamada “zona de tatuagem,” que mostra que as marcas de pólvora na pele indicam que o disparo foi feito por alguém mais alto que o cunhado da vítima. A família de Hyara pediu a exumação do corpo para uma análise mais detalhada da trajetória balística.

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O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) anunciou nesta terça-feira (7) a instauração de um procedimento para acompanhar as investigações da Polícia Civil sobre a morte de Hyara Flor, uma adolescente cigana de 14 anos. Hyara faleceu após ser baleada no pescoço em julho, e a Polícia Civil, conforme informado ao g1, está buscando novas testemunhas e ainda dentro do prazo para as investigações. O objetivo do MP é monitorar o desenvolvimento do caso, em vez de apenas aguardar o inquérito finalizado. Em julho, o marido adolescente de Hyara foi apreendido sob suspeita de atirar contra ela e encontrado na casa de familiares no Espírito Santo. Ele foi liberado em agosto após a conclusão do inquérito pela Polícia da Bahia, que determinou que o disparo à queima-roupa foi efetuado acidentalmente pelo cunhado de Hyara, uma criança de 9 anos. No entanto, o pai de Hyara contesta o resultado do inquérito policial. A família de Hyara acredita que o crime foi motivado por vingança, ligado a um suposto relacionamento extraconjugal entre um tio de Hyara e a sogra da garota. Os pontos revelados pela polícia no inquérito incluem:

• A arma do crime, uma pistola calibre 380 com dois carregadores e munições, foi comprada pela mãe do adolescente após uma tentativa de sequestro do filho em Guaratinga.
• O marido de Hyara, que tem entre 1,80m e 1,85m de altura apesar de ter apenas 14 anos, foi descartado como autor do tiro pela posição do disparo.
• O disparo ocorreu a uma distância de 20 a 25 cm, indicando proximidade.
• Não houve premeditação do crime, como sugerido pela parada em um posto de combustível durante a fuga da família para o Espírito Santo.
• A necropsia não indicou sinais de violência doméstica internos ou externos em Hyara.
• Testemunhas afirmaram que o casal mantinha uma relação harmônica.
• A teoria de vingança pela traição não foi sustentada por provas.
Hyara foi baleada no queixo dentro da casa onde vivia com o marido, 45 dias após o casamento, e socorrida para o Hospital Municipal de Guaratinga. A necropsia mostrou que ela morreu asfixiada pelo próprio sangue. O MP-BA agora segue atentamente o caso, garantindo uma investigação aprofundada e imparcial.

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