A mãe de um menino de seis anos denunciou um caso de racismo contra a criança em uma escola particular de Feira de Santana, a 100 km de Salvador. O episódio ocorreu no dia 6 de novembro, mas ganhou repercussão nas redes sociais nesta semana. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia (PC-BA). Segundo a denúncia, feita pela cirurgiã-dentista Nayane Barreto, de 32 anos, o filho foi agredido pela mãe de uma colega da mesma escola. A mulher teria pegado o menino pelo braço e exigido que ele mostrasse onde estava o brinquedo perdido por sua filha. Após o garoto explicar que não estava com o objeto, a mulher teria dito: "Escurinhos todos se parecem". Nayane relatou que encontrou o filho sozinho, assustado e chorando no momento em que foi buscá-lo na escola. Ao questionar a agressora sobre o ocorrido, recebeu a confirmação do ato e ouviu a frase racista. A mãe procurou a direção da escola, mas foi orientada a retornar no dia seguinte. Segundo ela, nenhuma medida foi tomada pela instituição. “Durante o último mês de aula do meu filho, encontramos diariamente com a agressora nas instalações da escola. Nenhum tipo de atitude foi tomada, nem como medida corretiva ou educativa e nem como apoio ao meu filho e minha família”, lamentou Nayane. Após a repercussão do caso nas redes sociais, Nayane recebeu relatos de outras famílias que passaram por situações semelhantes em escolas particulares. Segundo ela, muitas dessas famílias decidiram retirar os filhos das instituições devido à falta de ações efetivas contra práticas discriminatórias. A escola publicou uma nota oficial nas redes sociais afirmando que adotou medidas desde que tomou conhecimento do caso, incluindo ouvir as famílias envolvidas e registrar os depoimentos por escrito. No entanto, negou qualquer omissão diante da denúncia. A Polícia Civil informou que já ouviu a mãe da vítima e testemunhas e que a suspeita será interrogada em breve. O caso está sob responsabilidade da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin). Em maio deste ano, outro caso de preconceito foi relatado na mesma instituição. As mães de uma menina com Transtorno do Espectro Autista (TEA) denunciaram homofobia após serem impedidas de participar juntas da celebração do Dia das Mães. Segundo elas, não houve retratação ou apoio por parte da escola. Ambos os casos reacendem debates sobre discriminação em ambientes escolares e destacam a necessidade de ações mais efetivas para combater preconceitos e garantir um ambiente seguro para todos os alunos.
Superlotação, desassistência e condições precárias no Conjunto Penal de Brumado, no sudoeste da Bahia, foram denunciadas por familiares de detentos. Luciara Garcia, moradora de Licínio de Almeida e esposa de um dos internos, relatou ao Achei Sudoeste a situação de miséria enfrentada pelos presos e as dificuldades impostas aos visitantes. Na última terça-feira (19), Luciara tentou visitar o marido, mas enfrentou problemas com o scanner corporal da unidade. "Fui barrada três vezes pelo aparelho, mesmo estando limpa, sem nada ilícito", afirmou. Após muita insistência, conseguiu uma visita assistida de apenas 30 minutos. Ela também destacou que os internos têm sofrido agressões psicológicas e falta de assistência médica adequada. A esposa do detento revelou ainda que dois beliches construídos às pressas desabaram recentemente dentro da unidade. Além disso, na semana passada, os presos teriam ficado trancados por quase duas horas sob chuva. "Eles já estão pagando pelos seus erros, não precisam ser maltratados", desabafou Luciara. Denúncias sobre as condições precárias do presídio não são novas. Em maio de 2023, familiares já haviam apontado problemas estruturais nos banheiros da unidade. Até o momento, a direção do Conjunto Penal não se manifestou sobre as acusações. O caso segue sendo acompanhado e a matéria será atualizada assim que houver novos esclarecimentos.