A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) anunciou nesta terça-feira (20) o reforço das ações de biosseguridade e vigilância em todo o território baiano após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em aves comerciais no Brasil, registrado em Montenegro (RS). De acordo com a agência, as equipes técnicas e administrativas estão mobilizadas para atuar em regime de emergência caso haja qualquer notificação da doença no estado. As ações estão sendo coordenadas pelo Programa de Sanidade Avícola e integram o esforço nacional para conter a disseminação do vírus H5N1. "O produtor que tomar conhecimento de qualquer suspeita, por qualquer meio, deve procurar o escritório da Adab mais próximo o quanto antes. A resposta precisa ser rápida e técnica", alertou o diretor-geral da agência, Paulo Sérgio Luz. A Adab reforçou que apenas médicos-veterinários estão autorizados a manipular aves com sinais clínicos suspeitos, a fim de evitar contaminações e garantir o protocolo correto de coleta e análise de amostras. Qualquer suspeita da doença — especialmente casos com sintomas respiratórios ou neurológicos, ou alta mortalidade entre aves — deve ser imediatamente notificada à agência. A Bahia já havia decretado emergência zoossanitária em julho de 2023, com validade de 180 dias, como medida preventiva contra a propagação da Influenza Aviária H5N1. Na época, a decisão acompanhou a iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que declarou estado de emergência zoossanitária em todo o país. Para notificações, a Adab disponibiliza os telefones (71) 3194-2098/2099, (71) 99627-9797 e o e-mail [email protected].
O Ministério da Agricultura e Pecuária descartou nesta segunda-feira (19) três dos seis casos suspeitos de gripe aviária que estavam em análise no país. As suspeitas que deram negativo foram registradas em Nova Brasilândia (MT), Gracho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), todas em criações familiares para subsistência. Outros três casos seguem em investigação: Salitre (CE), também em produção familiar, e dois em granjas comerciais, localizadas em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO). Amostras dessas localidades estão sendo analisadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo. Desde maio de 2023, o Brasil investigou 2.883 casos suspeitos de gripe aviária, com 166 confirmações, sendo a maioria em aves silvestres. Até o momento, há dois focos confirmados: um em granja comercial de Montenegro (RS) e outro em aves silvestres no zoológico de Sapucaia do Sul (RS). O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, se não houver novos casos em 28 dias após a desinfecção do local do foco, o Brasil poderá ser considerado livre da gripe aviária e retomar gradualmente as exportações de carne de frango para mercados como China, União Europeia e Argentina, que suspenderam temporariamente as compras do produto brasileiro.
Mais de 30 países suspenderam temporariamente as importações de carne de frango do Brasil após a confirmação de um caso de gripe aviária (H5N1) em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Entre os principais mercados que anunciaram a interrupção das compras estão China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile e México. A suspensão, em geral, vale por pelo menos 60 dias e não há previsão para o fim das restrições. A medida segue protocolos internacionais de segurança sanitária e foi tomada mesmo sem risco para o consumo humano. Segundo o Ministério da Agricultura, o vírus H5N1 não é transmitido pelo consumo de carne de frango ou ovos, mas há preocupação com a possibilidade de contaminação dos plantéis comerciais dos países importadores caso carne in natura contaminada entre em contato com aves locais. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, responsável por mais de 35% do comércio global, com China, Emirados Árabes e Japão entre os principais compradores. O foco da doença no Rio Grande do Sul resultou na morte de cerca de 17 mil aves em uma granja de ovos férteis. O restante do plantel foi sacrificado para conter a propagação do vírus. Barreiras sanitárias foram montadas em Montenegro e cerca de 540 propriedades rurais próximas estão sendo vistoriadas. O risco de infecção humana é considerado muito baixo e está restrito principalmente a pessoas que têm contato direto com aves doentes. A suspensão das exportações pode gerar perdas mensais de até US$ 200 milhões para o setor avícola brasileiro, segundo estimativas do Ministério da Agricultura. O governo federal afirma que está monitorando a situação e cumprindo todos os protocolos internacionais para tentar reverter as restrições o mais rápido possível. As exportações seguem normalmente para países que ainda não impuseram bloqueios.