Três pessoas foram presas em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, suspeitas de envolvimento em uma série de assaltos contra motoristas de aplicativo. A ação foi realizada por equipes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) nesta quarta-feira (5) e também resultou na recuperação de três veículos roubados. De acordo com as investigações, uma jovem de 19 anos era responsável por solicitar as corridas por meio do aplicativo, atraindo as vítimas para emboscadas. No momento da chegada dos motoristas, dois homens, sendo um borracheiro de 21 anos, companheiro da mulher, e outro suspeito de 19, entravam no carro e em outro ponto da cidade anunciavam o assalto. As vítimas eram obrigadas a realizar transferências bancárias sob ameaça. O casal foi localizado em um motel no bairro Terras do Remanso, enquanto o terceiro suspeito foi preso em uma residência. Durante a operação, os policiais apreenderam um simulacro de pistola modelo 24/7, aparelhos celulares e cartões bancários pertencentes a uma das vítimas. A ação também resultou na recuperação de três veículos levados durante os crimes: uma Honda Pop 110i preta, um Hyundai HB20 prata e um Chevrolet Prisma branco. Os presos e o material apreendido foram apresentados no Plantão Central da 10ª Coorpin, onde permanecem à disposição da Justiça.
O motorista por aplicativo Wiliam Pinheiro Moura, de 31 anos, viveu horas de desespero após ter sua foto e nome associados indevidamente a uma operação policial realizada no Rio de Janeiro, que prendeu integrantes da facção Comando Vermelho (CV). O caso aconteceu na manhã de quarta-feira (29), em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. Wiliam conta que estava em casa para almoçar quando começou a receber uma enxurrada de mensagens no celular, com ameaças e acusações. Em diversas publicações de portais e perfis locais, sua imagem foi divulgada como sendo de um dos líderes da facção presos na megaoperação deflagrada no Complexo do Alemão no dia anterior. “Fiquei sem chão. Sou trabalhador, nunca estive no Rio de Janeiro. Desde o ocorrido, não saio de casa”, relatou. De acordo com o advogado Sadraque José Serafim Ribeiro, a foto usada teria sido extraída da carteira de habilitação de Wiliam e divulgada por erro de uma fonte policial que repassou informações a jornalistas. “As informações falsas associaram um homem inocente a um crime grave. Ele está assustado, teme por sua segurança e pela da família”, afirmou o advogado, que já estuda medidas judiciais. O motorista, que atua em Vitória da Conquista há mais de quatro anos, relatou ter recebido ameaças por mensagens e ligações, além de sofrer constrangimento público. “Meu nome foi exposto, e agora tenho medo até de sair para trabalhar. Muita gente acreditou na notícia”, disse. A defesa informou que o caso será encaminhado à Polícia Civil da Bahia, com pedido de investigação por injúria e divulgação de informação falsa de crime. Wiliam também gravou um vídeo nas redes sociais negando qualquer envolvimento com atividades criminosas. “Nunca fui preso, nunca fui investigado. Estão dizendo mentiras sobre mim. As medidas cabíveis estão sendo tomadas”, declarou.
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