O Banco Bradesco foi condenado pela Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar indenização de R$ 10 mil a cada funcionário de uma agência localizada em Eunápolis, no sul da Bahia, por ter mantido as atividades internas durante uma greve de vigilantes. A decisão, unânime, manteve a sentença anterior após recurso apresentado pela instituição financeira. Entre os dias 12 e 18 de março de 2020, profissionais da segurança privada realizaram paralisação em todo o estado. Mesmo sem vigilantes, o Bradesco manteve a agência em funcionamento, o que, segundo o Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia, expôs os empregados a risco ao trabalhar sem proteção. O banco alegou que a unidade operou apenas com expediente interno, sem atendimento ao público, e contestou a legitimidade do sindicato para propor a ação coletiva. No entanto, depoimentos confirmaram que os bancários registraram ponto e exerceram suas atividades normalmente durante o período da greve. A condenação foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) e ratificada pelo TST. O relator do caso, ministro Cláudio Brandão, destacou que os sindicatos têm legitimidade para defender os interesses da categoria, mesmo sem apresentar a lista individual de empregados afetados. O Bradesco ainda pode recorrer da decisão.
O Bradesco anunciou que deixará de emitir cheques para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs) a partir de dezembro deste ano, restringindo o serviço apenas a contas corporativas. A decisão acompanha a tendência de redução do uso do cheque no Brasil, diante da popularização dos meios de pagamento digitais. De acordo com o banco, a mudança reflete o novo comportamento dos clientes, que passaram a priorizar ferramentas mais rápidas e seguras, como Pix, TED e transferências eletrônicas. O Bradesco informou ainda que folhas já emitidas poderão ser usadas normalmente até o fim do talonário, respeitando os prazos de compensação. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o uso do cheque no país caiu 96% desde 1995, passando de 3,3 bilhões para 137 milhões de compensações anuais. No mesmo período, o Pix, criado em 2020 pelo Banco Central, consolidou-se como o principal meio de pagamento nacional, apenas no segundo trimestre de 2025, foram 19,4 bilhões de transações, movimentando cerca de R$ 84 bilhões. Com mais de 150 milhões de usuários ativos, o Pix se tornou o sistema mais utilizado no Brasil por oferecer transferências instantâneas, gratuitas e disponíveis 24 horas por dia, transformando de forma definitiva a forma de pagar e receber no país.
A tradicional agência do Bradesco em Malhada de Pedras, no sudoeste da Bahia, localizada na Praça do Mercado, confirmou o encerramento das atividades na última quinta-feira (23). A unidade funcionava desde 1983, quando abrigava uma unidade do antigo Banco do Estado da Bahia (Baneb), e passou para a rede Bradesco após a privatização nos anos 1990. Para a população local, o impacto do fechamento vai além do banco: muitos comerciantes já relatam que o fluxo de dinheiro em espécie, tradicionalmente alimentado pelo carro-forte que abastecia a agência, tende a cair, além da dependência que agora aumenta em relação a municípios vizinhos, como Brumado. A partir de agora, os clientes precisarão recorrer ao atendimento digital, correspondentes bancários ou unidades em cidades próximas. Em nota sobre o fechamento anunciando para outubro (e concretizado em 23), o Bradesco justificou que “98 % do total de operações feitas pelos clientes do banco acontecem por meio dos canais digitais” e que o processo de adequação faz parte de sua estratégia de negócios. A prefeitura de Malhada de Pedras chegou a acionar a Justiça em tentativa de reverter a decisão, destacando prejuízos potenciais para o comércio local e para os moradores da zona rural atendidos pela agência. Com o encerramento da agência, moradores consideram que não está só acabando um serviço bancário, mas se finalizando um capítulo da história de Malhada de Pedras, um símbolo de desenvolvimento local e de acesso financeiro para as gerações.
A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) condenou o Banco Bradesco S/A a pagar R$ 75 mil de indenização por discriminação a uma funcionária, gerente de contas, que foi prejudicada ao retornar da licença-maternidade. O caso ocorreu em uma agência do banco em Jequié, quando, após o retorno, a bancária passou a exercer funções de menor hierarquia, como recepção e atendimento, enquanto homens afastados por motivos de saúde retornavam às suas funções originais. O banco negou que houvesse discriminação de gênero, afirmando que a funcionária manteve o cargo e salário, mas admitiu mudanças temporárias nas tarefas. A 1ª Vara do Trabalho de Jequié e, posteriormente, a 2ª Turma do TRT-BA entenderam que a prática era discriminatória, já que afetava apenas as mulheres que retornavam da licença-maternidade. A desembargadora Maria de Lourdes Linhares, relatora do caso, destacou que a maternidade não deve ser vista como um empecilho para a carreira da mulher e apontou o machismo estrutural nas políticas do banco. O valor da indenização foi fixado em R$ 75 mil, com possibilidade de recurso. Processo: 0000480-42.2022.5.05.0551.
Clientes de diversas instituições bancárias estão relatando dificuldade, nesta segunda-feira (14), para efetuar transferências via Pix. Nos bancos Bradesco, Itaú, Nubank, Caixa, Inter, dentre outros já apresentaram falha nesta manhã. Segundo informações do DownDetector, sistema que monitora em tempo real falhas em serviços, foram relatados problemas em diferentes localidades do país. Até o fechamento dessa reportagem ainda o Banco Central do Brasil (BC), responsável pela administração do Pix, não informou o que motivou a falha geral.
Comentários