O Dia de Finados foi marcado por grande movimentação neste domingo (2) nos três cemitérios públicos de Vitória da Conquista. Milhares de pessoas compareceram aos locais para prestar homenagens e relembrar familiares e amigos, em um dia de fé, memória e emoção. A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesep), montou uma operação especial para garantir limpeza, acolhimento e segurança durante as visitas. Segundo o secretário Luís Paulo, os preparativos começaram no início de outubro, com quase 200 servidores envolvidos em ações de varrição, capina, poda e pintura nos cemitérios Kadija, Campo da Paz e Saudade. “Toda a estrutura foi organizada para receber as milhares de pessoas que costumam visitar os túmulos nesta data”, afirmou. Durante o dia, cerca de 40 servidores permaneceram de plantão para orientar visitantes e auxiliar na localização dos túmulos, com base no mapeamento feito pela Sesep. Além da estrutura operacional, o clima de devoção marcou a data, com celebrações religiosas e momentos de oração conduzidos por padres e pastores nos cemitérios da cidade. Entre os visitantes, a professora Maria Madalena Fontes Marques destacou a importância da data como símbolo de fé e esperança. “A saudade é inevitável, mas a fé na ressurreição é o que nos conforta. Acreditamos que um dia todos nós vamos nos reencontrar”, disse emocionada. A Prefeitura reforçou que as ações de limpeza e manutenção nos cemitérios são realizadas durante todo o ano, preservando esses espaços como locais de respeito e memória coletiva.
O Colégio Estadual de Tempo Integral João Vilas Boas (CETIJVB) realizou, na quarta (22) e quinta-feira (23), no Centro Diocesano, o II Simpósio “Lembrar para não Esquecer – Memória, História e Verdade: Resistências em Tempos de Ditadura Civil-Militar”. A iniciativa, organizada pelo vice-diretor Caio César e pela professora Maria Iêda, teve como objetivo promover uma reflexão sobre o período da ditadura no Brasil e reforçar a importância de preservar a memória histórica. Na quarta-feira, o evento foi aberto com uma palestra do professor e historiador Luiz Alves, que falou sobre a perseguição e o assassinato do militante Carlos Lamarca no Recôncavo Baiano. Em seguida, os docentes Caio César, Maria Iêda e Edilson Miranda debateram o tema “Memória, Cultura e Democracia”. À tarde, o professor Bertoni Rêgo apresentou o filme Muda Brasil e conduziu uma conversa sobre o processo de redemocratização no país. Na quinta-feira, a programação começou com a advogada Isabela Meira, que comentou o curta-metragem Memórias das Mulheres na Ditadura Militar, destacando o papel das mulheres na resistência ao regime. Em seguida, a historiadora Yasmim Pessoa ministrou a palestra “40 Anos do Fim da Ditadura no Brasil”, fazendo um paralelo entre o passado e os desafios democráticos atuais. O encerramento ficou por conta do advogado Bábiton Brandão, que analisou o filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025, relacionando a obra às discussões sobre memória, justiça e direitos humanos. Segundo o professor Caio César, o simpósio buscou estimular o pensamento crítico e a consciência cidadã entre os alunos: “Lembrar é um ato político e pedagógico. Revisitar um período como a ditadura civil-militar é advertir sobre um passado violento e repressivo, para que ele nunca mais se repita”, afirmou o docente, citando a filósofa Jeanne Marie Gagnebin (2015).
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