No primeiro encontro com jornalistas desde o início de seu pontificado, realizado nesta segunda-feira (12) no Vaticano, o Papa Leão XIV destacou a importância da comunicação responsável e pediu o fim da “guerra de palavras” e da polarização. O pontífice também manifestou solidariedade aos jornalistas presos no mundo e defendeu a liberdade de imprensa, afirmando que o sofrimento desses profissionais “desafia a consciência das nações e da comunidade internacional”. Durante o discurso, Leão XIV agradeceu aos profissionais da imprensa pelo “serviço à verdade” e ressaltou que a forma como a comunicação é feita tem papel fundamental na promoção da paz. “A paz começa com cada um de nós, com a forma como olhamos para os outros, ouvimos os outros e falamos sobre os outros. Precisamos dizer não à guerra de palavras, de imagens”, afirmou o papa. O pontífice também fez referência ao desafio de comunicar em tempos difíceis e pediu que jornalistas e comunicadores não cedam à mediocridade ou ao discurso de ódio. “Vivemos tempos difíceis de percorrer e contar, que são um desafio para todos nós e dos quais não devemos fugir. Pelo contrário, pedem a cada um de nós, em nossos diferentes papéis e serviços, para nunca ceder à mediocridade”, disse. Leão XIV ainda citou o Papa Francisco ao pedir que a comunicação seja desarmada de preconceito, rancor e agressividade, e que seja capaz de ouvir e dar voz aos mais frágeis. “Não precisamos de uma comunicação estrondosa e muscular, mas de uma comunicação capaz de ouvir, de acolher a voz dos frágeis que não têm voz. Desarmemos as palavras e ajudaremos a desarmar a Terra”, afirmou. O papa encerrou o encontro pedindo que a imprensa escolha, com consciência e coragem, o caminho da comunicação da paz. “Vocês estão na linha de frente narrando conflitos e esperanças de paz, situações de injustiça e pobreza, e o trabalho silencioso de muitos por um mundo melhor. Por isso, peço-lhes que escolham com consciência e coragem o caminho da comunicação da paz”, concluiu Leão XIV.
O Vaticano vive um momento histórico. Nesta quinta-feira (8), o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito papa, tornando-se o primeiro pontífice dos Estados Unidos e escolhendo o nome Leão XIV para seu pontificado. Aos 69 anos, Leão XIV assume a liderança da Igreja Católica em um cenário de grandes desafios globais e expectativas de continuidade das reformas iniciadas por Francisco. Nascido em Chicago, em 14 de setembro de 1955, Prevost construiu uma trajetória marcada pela atuação internacional e pelo compromisso com a justiça social. Aos 22 anos, ingressou na vida religiosa e, em 1982, foi ordenado sacerdote. Dois anos depois, iniciou seu trabalho missionário no Peru, onde atuou por mais de uma década em regiões pobres e enfrentou períodos de instabilidade política, como o governo de Alberto Fujimori. Sua dedicação à América Latina rendeu-lhe a cidadania peruana em 2015 e o apelido de “pastor de duas pátrias”. Prevost também ocupou cargos de destaque na Cúria Romana. Em 2023, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão responsável pela nomeação de bispos em todo o mundo, e tornou-se cardeal pelo papa Francisco. Sua experiência administrativa e visão global foram consideradas diferenciais importantes para sua eleição. De perfil discreto e moderado, Leão XIV é visto como um reformista alinhado à linha de abertura e acolhida promovida por Francisco, com forte sensibilidade para temas como imigração, pobreza e justiça social. Em sua primeira aparição pública como papa, Leão XIV fez um apelo à paz e à fraternidade, saudou em espanhol sua “querida diocese de Chiclayo”, no Peru, e destacou a importância de uma Igreja próxima dos que mais sofrem. “O bispo não deve ser príncipe sentado em um reino, deve sofrer e andar com o povo”, afirmou, ecoando sua trajetória pastoral e o espírito de humildade que marca seu ministério. A escolha de um papa americano e peruano representa uma força política inédita na história da Igreja, aproximando o Vaticano de regiões tradicionalmente periféricas e sinalizando a continuidade de uma agenda de reformas e abertura. Especialistas apontam que os cardeais não esperam uma reversão rápida dos processos iniciados por Francisco, mas sim um período de ajustes e acolhida, com ênfase no diálogo, na paz e no amor de Deus por todos. Leão XIV, o papa de duas pátrias, inicia seu pontificado com o desafio de liderar mais de 1,3 bilhão de católicos em todo o mundo, mantendo viva a mensagem de esperança, justiça e proximidade com os mais vulneráveis.
O novo papa, Leão XIV, fez nesta quinta-feira (8) seu primeiro pronunciamento oficial na sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após ser eleito pontífice. Aclamado por milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, o papa norte-americano Robert Prevost emocionou ao destacar temas centrais de sua missão: paz, justiça social, diálogo e gratidão ao antecessor, Francisco. Em seu discurso, Leão XIV agradeceu ao papa Francisco, a quem chamou de "exemplo de humildade e serviço", e afirmou: "Obrigado ao papa Francisco! Seu legado de compaixão e abertura continuará a inspirar a Igreja". O novo pontífice ressaltou ainda a importância do diálogo entre os povos e pediu união em tempos de desafios globais: "Que a Igreja seja sempre um instrumento de paz e de justiça social. Que possamos, juntos, promover a compaixão, a solidariedade e o respeito à dignidade de todos". Leão XIV também fez um apelo à comunidade internacional para que se busque a reconciliação e a superação dos conflitos. "O mundo precisa de pontes, não de muros. Que possamos trabalhar por um futuro de esperança, onde a fraternidade prevaleça sobre a divisão", declarou. O papa encerrou sua fala pedindo orações e apoio dos fiéis para sua missão à frente da Igreja Católica. A primeira aparição de Leão XIV foi marcada por aplausos e emoção entre os presentes, que saudaram o novo líder com entusiasmo.