O médico Luiz Carlos Leite de Souza, de 80 anos, foi encontrado morto em sua residência na manhã da quinta-feira (21), no bairro Jardim das Hortênsias, em Itabuna, no sul da Bahia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou o óbito no local e acionou o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para a remoção do corpo. As circunstâncias da morte ainda não foram divulgadas. Luiz Carlos havia sido condenado em fevereiro deste ano por injúria racial contra uma auditora da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Durante uma auditoria na Maternidade Otaciana Pinto, o obstetra fez comentários racistas ao afirmar que a auditora, uma mulher negra, era "bonita por ter sangue branco". Ele foi preso em flagrante e sentenciado a quatro anos e dois meses de prisão em regime fechado pela 2ª Vara Criminal de Itabuna. Após cumprir parte da pena no Conjunto Penal de Itabuna, o médico obteve habeas corpus no dia 5 de novembro. A decisão judicial determinava que ele permanecesse em recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 6h, além de proibir qualquer contato com a vítima ou testemunhas do caso. A morte do médico ocorre pouco tempo após sua condenação e liberação sob restrições judiciais. O caso gerou grande repercussão na cidade e no estado, especialmente devido à gravidade das acusações e ao histórico do obstetra. Além do crime de injúria racial, Luiz Carlos enfrentava outras denúncias, incluindo agressão contra uma adolescente e cobrança indevida para partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As autoridades investigam as circunstâncias da morte.